Neste domingo o futebol, o Brasil e a inteligência do país perderam Sócrates Brasileiro Sampaio de Sousa Vieira de Oliveira. Ou simplesmente, doutor Sócrates. O nome do seu povo na certidão de nascimento indicava algo especial na vida de alguém que marcou uma época.
No campo, o toque de calcanhar na bola foi sua marca. Fora dele, a consciência crítica sobre a realidade do seu país. Sócrates, doutor da medicina e da cidadania, foi artista no palco mágico do futebol.
Politizado, liderou a Democracia Corinthiana, termo criado pelo publicitário e corinthiano Washington Olivetto. Nos anos de 1980, em plena ditadura militar, o Corinthians decidia, pelo voto, contratações, escalação do time e regras de concentração. O doutor disse que ali, “o voto do presidente do clube tinha o mesmo peso que o voto do roupeiro”.
No programa Papo de Boleiro, da Band, Sócrates declarou que esse movimento não foi apenas para os jogadores terem voz, mas a contribuição do futebol para a volta da democracia no país. Nos estádios, as camisas do clube, silenciosamente, gritavam "diretas-já" e "eu quero votar para presidente".
Como capitão, liderou a memorável Seleção de 1982, que encantou o mundo jogando por música. Foi escolhido, em 2004, pela FIFA como um dos 125 melhores jogadores vivos da história e considerado por especialistas um dos grandes craques de todos os tempos.
Doutor da cidadania, gênio da bola. Sócrates deixa legados importantes. Reafirmou o futebol arte (com ele em campo, o jogo era apenas um detalhe). Fez muita gente se deleitar e esquecer, por um momento, os problemas da vida, com jogos memoráveis, elegância no trato da bola, toques magistrais de calcanhar e gols incríveis. Além disso, ajudou a impulsionar a roda da história política do Brasil.
Valeu, Sócrates. O futebol e o país agradecem!
Bom Dia Claudio,
ResponderExcluirComo nasci em 85 não vive e não sabia tanto sobre esse homem mágico chamado Sócrates. Ele foi várias coisas, teve várias facetas entre a bola, medicina, teatro e na política. Espero que sua morte sirva de reflexão para jovens jogadores que conseguem a fama num estalar de dedos e não conseguem reutilizar isso para um bem coletivo e Social.