quinta-feira, 8 de março de 2012

...Que meu nome é mulher!

Descreve do jeito que bem entender,
Descreve seu moço.
Porém não te esqueça de acrescentar
Que eu também sei amar,
Que eu também sei sonhar,
Que meu nome é mulher.

Descreve meus olhos, meu corpo, meu corte
E diz que sou forte,
Que sou como a flor.
Nos teus preconceitos de mil frases feitas,
Diz que sou perfeita e sou feita de amor.

Descreve a beleza da pele morena
Me chama de loira, selvagem, serena.
Nos teus preconceitos de mil frases feitas,
Diz que sou perfeita e sou feita de mel.

Descreve do jeito que bem entender,
Descreve seu moço.
Porém não te esqueça de acrescentar
Que eu também sei sonhar,
Que eu também sei lutar,
Que meu nome é mulher.

Descreve a tristeza que tenho nos olhos,
Comenta a malícia que tenho no andar.
Nos teus preconceitos de mil frases feitas,
Diz que sou perfeita na hora de amar.

Descreve as angústias da fome e do medo.
Descreve o segredo que eu guardo pra mim.
Nos teus preconceitos de mil frases feitas,
Diz que sou perfeita, qual puro jasmim.

Descreve do jeito que bem entender,
Descreve seu moço.
Porém não te esqueças de acrescentar
Que eu também sei amar,
Que eu também sei lutar,
Que meu nome é mulher.

Descreve também a tristeza que sinto.
Confesso e não minto que choro de dor.
Tristeza de ver humilhado meu homem,
Meus filhos com fome, meu lar sem amor.

Descreve seu moço a mulher descontente.
De ser objeto do macho e senhor.
Descreve este sonho que levo na mente,
De ser companheira no amor e na dor.

Descreve do jeito que bem entender,
Descreve seu moço.
Porém não te esqueças de acrescentar
Que eu também sei amar,
Que eu também sei lutar,
Que meu nome é mulher.

Hoje, certamente muita gente falará de coisas concretas. Preferi a emoção do Canto da Mulher Latino-Americana, que ouvi pela primeira vez há 20 anos, na voz linda de uma trabalhadora rural. Parabéns a você, mulher. Solta o som!


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