quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Fim ou recomeço?

Muita gente ávida por livros

“Na era da comunicação eletrônica o livro não morrerá, mas sua alma se libertará do seu corpo” - Marshall McLuhan

Inicio esse post com uma das frases marcantes de um dos maiores teóricos de comunicação do século 20 para falar da minha visita à Bienal do Livro da Bahia, que começou no dia 28 de outubro e vai até 06 de novembro, no Centro de Convenções.

Fui hoje, dia 02. Um feriado. Um dia chuvoso, tudo indicado pra ficar em casa descansando. Mas Palominha (sobrinha, afilhada e filha em exercício) me convidou pra irmos à Bienal. Chegamos lá em baixo de muita chuva, mas na expectativa de ver coisas interessantes.

Não deu outra. Logicamente, num dia assim muitas pessoas estão em casa ou nos shoppings. Me surpreendi com a grande presença de adultos e, especialmente, crianças.

Comprei o livro Inovação. A arte de Steves Jobs, de Carmine Gallo, que destaca a importância das ideias inovadoras de Jobs para enfrentar crises e criar coisas novas. Palominha comprou alguns livros infantis e, pra variar, coisas de Rebeldes, Justin Bieber e Barbie.

São 385 expositores com obras de mais de 100 autores, de todos os estilos. Segundo a organização, passaram hoje pelo Centro de Convenções mais de 43 mil pessoas, recorde de público. Para aproximar ainda mais o público da literatura, a Bienal lançou a campanha "Família na Bienal do Livro", com ingressos a R$ 4,00 (meia R$ 2,00) e crianças até 12 anos tendo acesso livre.

Fim do livro de papel?

Voltando a Mcluhan, outra reflexão que a Bienal me provocou foi sobre a polêmica que envolve o fim do livro de papel, advogada por muitos estudiosos, mas constestada por muitos outros. A verdade é que sempre após a criação de novas tecnologias, outras mais antigas desaparecem.

Sobre o livro de papel, quem questiona o seu fim é o semiólogo e escritor italiano Umberto Eco, no seu trabalho Não contem com o fim do livro. Nele, Eco defende que o livro "é uma invenção consolidada e nem mesmo as inovações tecnológicas o detiveram."

Os que defendem o fim, mostram as vantagens dos eletrônicos (e-books): mais fáceis de obter na internet e de ler, já que você pode ter muitos livros em uma mídia, além de durarem mais tempo conservados. Para reforçar os argumentos, já existe o leitor de e-books: o Kindle, que permite baixar até 1.500 livros, possui tela monocromática e não emite luz.

Recomeço

Nessa questão dos chamados suportes de informação, desde o papiro até o e-book, o mais importante é que impresso e digital convivam em harmonia, de forma a se complementarem na ampliação da busca do conhecimento pela web sem que percamos o prazer de folhear um bom livro de papel.

As tecnologias valorizam a inteligência humana, ampliam a facilidade de obter conhecimentos e, acima de tudo, transformam a vida das pessoas. Mas, a presença expressiva de pessoas na Bienal, muitas sentadas no chão lendo e outras se espremendo nos corredores cheios para viajarem na magia da literatura, só nos leva a acreditar que o que parece fim, na verdade é sempre recomeço.

Nenhum comentário:

Postar um comentário