quarta-feira, 3 de agosto de 2011

E se for Caetano Veloso?


Nada melhor do que apimentar debates com um ingrediente como Caetano. A música Não Enche foi tema da personagem Bebel (uma garota de programa), interpretada por Camila Pitanga na novela Paraiso Tropical. “Me larga, não enche... Quadrada! Demente! A melodia do meu samba põe você no lugar... Perua! Piranha! Minha energia é que Mantém você suspensa... Vagaba! Vampira! ... À-toa! Vadia!..”.

Dá pra imaginá-la cantada por um grupo de pagode baiano? Seria arte? Ou não? Bom, Caetano é Caetano. Letras elaboradas, uma vasta obra respeitada até por quem discorda dele e contribuições para o desenvolvimento da cultura brasileira. Mas, a polêmica se deu em torno de letras ofensivas à mulher.

Retomando Denys Cuche, em suas reflexões ele diz que "a identidade se constrói e se reconstrói de forma constante no interior de trocas sociais”. Vivemos numa sociedade singular, multicultural e capaz de sincretizar elementos culturais distintos.

Uma sociedade desigual produz manifestações culturais de acordo com regiões, cidades e classes sociais. Assim, para Cuche, “o indivíduo que faz parte de mais de uma cultura, constrói sua própria identidade, fabricando uma síntese inédita a partir desse novo olhar”.

Parece que nosso desafio é construir uma sociedade que garanta, às pessoas, acesso a questões básicas como emprego, saúde e educação. Certamente, ela produzirá valores e culturas onde seja possível se divertir sem precisar ir até o chão. Onde só se queira quebrar preconceitos, especialmente contra as mulheres.

2 comentários:

  1. Caetano está falando de uma mulher especificamente (o que não tira a responsabilidade e o peso do machismo na música) e tanto os pagodes quantos os funks generalizam, além de tudo são mais populares portanto "influenciam" mais, principalmente os jovens.

    ResponderExcluir
  2. Xô vê si intindi: A cultura, gera uma cultura, que gera uma cultura e que gera outra cultura. O Homem é assim danado por inventar, reinventar, construir, reconstruir, até destruir. Uma piada culturalmente falando é sempre da desgraça alheia e nunca da graça por si só (já disse um desse filósofos por ai que não sei o nome). Então, vamos fazer uma música, ou escrever textos ou livros poesias, que influenciem as massas, -sei que é dífici mermo, mas num é impossível. E ai pegar o que temos de mais cabeção, transformar numa linguagem de "massas" e influenciar essa horda ou não de jovens anestesiados a mil.

    ResponderExcluir