quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Machismo também cansa

Nunca demonstrar suas emoções. Mandar e desmandar, sem ouvir a opinião dela. Ter firmeza o tempo todo. Dominar qualquer situação. Tomar as principais decisões. Só fazer o que quiser e quando quiser. Contabilizar o número de mulheres conquistadas, mesmo que seja só “pilha” para impressionar os amigos. Ufa!

Depois de tudo isso, aquele auto-elogio, elogios de outros homens (e delas) e a certeza de estar cumprindo bem o papel que a sociedade lhe concedeu. O cara não percebeu que isso exige muito esforço e deixou características nada agradáveis, como ignorância e agressividade. Muitas vezes, deixando-o insuportável.

É meu amigo, caímos numa armadilha e não nos demos conta. Mas, isso vem lá dos tempos das cavernas, da “pedra lascada”. Pelas condições adversas da natureza e por termos maior força física tivemos que ir à caça e defender nosso território. Enquanto isso, pela capacidade de lidar com várias coisas, as mulheres cuidavam do lar e das crias.

Um cara chamado Friedrich Engels, filósofo revolucionário alemão,escreveu um livro: A origem da família, da propriedade privada e do Estado. Ele desvendou essa relação desigual entre homens e mulheres.

Descobriu que “à medida que as riquezas aumentavam, davam ao homem uma situação mais importante na família que a mulher”. Que o homem se utilizou disso para “reverter, em benefício dos filhos, a ordem de sucessão tradicional, onde a mulher era a definidora”. Para ele a “reversão do direito materno foi a grande derrota histórica do sexo feminino”.

Assim, nossos ancestrais passaram a governar também na casa. Engels observou que “a primeira opressão de classe social coincide com a opressão do sexo feminino pelo sexo masculino”.

Mal necessário

Isso nos deu a “doce ilusão” de dominar o pedaço (todos os pedaços). Os tempos mudaram, mas ainda tempos que nos valer desse legado para sobreviver na “selva de pedra”. Um mal ainda necessário.

Demonstrar emoções. Construir a vida ouvindo a opinião dela. Não ter que ter firmeza o tempo todo. Não dominar qualquer situação. Não ter que tomar as principais decisões. Não ter que contabilizar o número de mulheres conquistadas, Não fazer o que quiser e quando quiser.

Legal, né? Confesso que cansa ter que agir o tempo todo de acordo com o manual da cultura machista e não poder se desenvolver melhor emocionalmente.

Mas, elas... (bom, falo disso depois). Música, Dj.

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